Depreciações Periódicas
Uma depreciação é uma despesa periódica que deve ser reconhecida no resultado, a menos que seja incluída no valor contabilístico de outro ativo. O lançamento contabilístico é realizado da seguinte forma:
Existem diversos métodos para se calcular o valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. Cada empresa decide qual método utilizar, devendo escolher o que melhor reflete o gasto do ativo e o mais vantajoso. É necessário definir a vida útil nas classes do ativo, que pode ser influenciada por normas contabilísticas ou normas legais e fiscais: É também necessário ter em consideração o regime de periocidade definido no ativo. No ano em que o ativo começa a ser depreciado, o registo da quantia depreciável na contabilidade da empresa pode ser efetuado de uma das seguintes formas, de acordo com o campo ciclo de lançamento que se encontra na classe do ativo: O Rose permite distinguir diferentes critérios de depreciação para um ativo, nomeadamente, critérios contabilísticos (aceites de acordo com as normas aceites) ou fiscais (normalmente tabelado em diplomas fiscais). Para um lançamento na contabilidade é utilizada a área contabilística. Contudo, o Rose permite contabilizar a área fiscal mas num livro diferente. Os mapas fiscais apresentam sempre os valores contabilísticos em comparação com os limites fiscais. Caso o critério fiscal se adapte totalmente à realidade da empresa, como tal se verifica muitas vezes, basta usar uma das áreas. Para lançar depreciações na contabilidade, siga os seguintes passos: Após esta operação, é gerado o documento da contabilidade e é apresentada a lista de contas e ativos que foram movimentados. A depreciação de um ativo inicia-se após a respetiva capitalização, isto é, o ativo perde valor durante a sua utilização e o desgaste proveniente desta utilização. A depreciação termina, normalmente, quando a organização decide vendê-lo (alienação) ou abatê-lo. Existem cenários em que é necessário agendar a depreciação após uma determinada data. Por exemplo, uma máquina que requer algum tempo de montagem, só depois de entrar ao serviço é que deve começar a respetiva depreciação. No entanto, também pode ser necessário interromper a depreciação de um ativo. Por exemplo, se um determinado bem é posto à venda. Para dar resposta a estes dois cenários, estão disponíveis dois utilitários que permitem iniciar ou cancelar depreciações de ativos. Para aceder a estas funcionalidades, siga os seguintes passos: O método da linha reta é um método utilizado universalmente e com maior frequência devido à simplicidade do seu cálculo. Através deste método, a depreciação calculada resulta em despesa constante durante a vida útil do ativo, exceto quando o seu valor residual é alterado. Assim, a depreciação está relacionada exclusivamente com a variante temporal e não com a utilização do ativo em questão. Neste método, divide-se o custo de aquisição (deduzido do valor residual) pelo número de períodos correspondente à sua vida útil. De uma forma simplificada, a fórmula de cálculo é a seguinte: Quota de Depreciação Periódica (anual ou mensal) = Valor líquido – Valor Residual (eventual) / n.º de períodos de vida útil estimada (anos ou meses). De acordo com a fórmula anterior, para calcular a depreciação é necessário ter em consideração os seguintes elementos que afetam a depreciação: Exemplo: Um ativo com valor 6000 € a depreciar em 5 anos (60 meses).
Determinar Vida Útil
Lançar Depreciações na Contabilidade
- Área Contabilística: regista as depreciações de acordo com o critério da empresa;
- Área Fiscal: utiliza as regras fiscais como base para o cálculo das depreciações (limite fiscal);Iniciar ou Cancelar Depreciações
Método da linha reta
Nota: No ROSE, não são permitidas outras valorizações que não seja o custo de aquisição;
Período
Valor Líquido
Vida remanescente
Valor Depreciação
1
6000
60
100
2
5900
59
100
3
5800
58
100
4
5700
57
100
5
5600
56
100
6
5500
55
100
7
5400
54
100
8
5300
53
100
9
5200
52
100
10
5100
51
100
11
5000
50
100
12
4900
49
100
...
Cenários
Neste método, é importante considerar um conjunto de aspetos relevantes no cálculo de depreciações, nomeadamente:
Arredondamentos
Se analisarmos o modelo normal, em que a depreciação é arredondada mensalmente a duas casas decimais, existem diferenças de arredondamento.
Se no exemplo anterior, o valor fosse de 5000 € a depreciar a 5 anos, haveria uma depreciação mensal de 83,33 €. No final de um ano, dá 999,96 € de depreciação, quando devia dar 1000 € (5000/5). Ou seja, existia uma diferença de 0,04 € em relação ao valor esperado.
O mecanismo que calcula as depreciações deve tratar estas diferenças de arredondamentos. Para tal, no processamento calculado mês a mês são realizadas em paralelo as contas com a precisão total e calculada a diferença contra o valor arredondado.
Quando o valor acumulado supera o cêntimo (0,01 €), então esta diferença é somada ao valor da depreciação e subtraída da diferença acumulada. No exemplo anterior, verificamos que de três em três meses é somado um cêntimo à depreciação.
Notas de Débito/Crédito
Normalmente, o valor de custo de um ativo é determinado por uma simples fatura. Contudo, por vezes podem existir erros ou omissões neste documento, sendo o fornecedor obrigado a lançar a correção na mesma nota de crédito ou débito.
Nestes casos, o motor de depreciação recalcula toda a simulação desde a data de colocação ao serviço com base no novo valor. O valor do custo corresponde sempre à seguinte fórmula:
Sum(Faturas) – Sum(Notas de crédito) + Sum(Notas de débito)
Dupla fatura (alteração de quantidades da ficha)
Um exemplo distinto do anterior é o que ocorre quando existe uma segunda fatura que afeta a quantidade da ficha. Por exemplo, se detém um ativo que corresponde a 2 cadeiras de 150 € cada. Dois meses depois, recebe 2 novas cadeiras ao preço de 160 € cada, atribuindo-as ao mesmo ativo. A vida útil deste ativo corresponde agora a 8 anos.
Neste caso, teremos o seguinte cenário:
Período | Quantidade | Imparidades | Valor líquido | Vida remanescente | Depreciação |
1 | 2 | 0 | 300,00 € | 96 | 3,13 € |
2 | 2 | 0 | 296,87 € | 95 | 3,12 € |
3 | 4 | 0 | 613,75 € | 94 | 6,53 € |
4 | 4 | 0 | 607,22 € | 93 | 6,53 € |
5 | 4 | 0 | 600,69 € | 92 | 6,53 € |
... |
Ou seja, os 320 € são somados ao valor líquido do ativo.
Alienações ou Abates Parciais
Um cenário semelhante ao anterior ocorre quando existem abates ou alienações parciais. Neste cenário, o valor líquido é repartido em proporção da quantidade retirada do ativo. Ou seja, é retirado do balanço o valor do ativo, depreciações e imparidades de forma proporcional.
Utilizando o exemplo anterior, o cliente vendeu uma das cadeiras ao fim de 30 meses e, por isso, ficamos com o seguintes valores simulados:
Período | Quantidade | Imparidades | Valor líquido | Vida remanescente | Depreciação |
28 | 4 | 0 | 448.94 € | 69 | 6.51 € |
29 | 4 | 0 | 442.43 € | 68 | 6.51 € |
30 | 3 | 0 | 326.94 € | 67 | 4.88 € |
31 | 3 | 0 | 322.06 € | 66 | 4.88 € |
32 | 3 | 0 | 317.18 € | 65 | 4.88 € |
33 | 3 | 0 | 312.30 € | 64 | 4.88 € |
34 | 3 | 0 | 307.42 € | 63 | 4.88€ |
Retroativos
Os retroativos correspondem à depreciação devida, mas que não pode ser lançada no mês correspondente porque a contabilidade já foi lançada. Normalmente, os retroativos ocorrem quando existe uma alteração do valor do ativo após o lançamento de depreciações.
Por exemplo, um ativo adquirido por 600 € a depreciar em 12 meses (1 ano), com uma depreciação de 50 € por mês.
No cenário em que já foram lançadas as depreciações até setembro e, neste mês, é recebida uma nota de débito de 200€ referente a um sobrecusto desse ativo. Neste caso, o valor do ativo aumenta para 800, o que significa que existe uma diferença entre as depreciações contabilizadas e as devidas. No mês de outubro (o 1.º em aberto na contabilidade), toda a diferença acumulada é lançada como retroativo:
Período | Imparidades | Valor líquido | Vida remanescente | Depreciação | Diferença | Retroativos |
1 | 0 | 800,00 € | 12 | 66,67 € | 16,67 € | |
2 | 0 | 733,33 € | 11 | 66,67 € | 16,67 € | |
3 | 0 | 666,67 € | 10 | 66,67 € | 16,67 € | |
4 | 0 | 600,00 € | 9 | 66,67 € | 16,67 € | |
5 | 0 | 533,33 € | 8 | 66,67 € | 16,67 € | |
6 | 0 | 466,67 € | 7 | 66,67 € | 16,67 € | |
7 | 0 | 400,00 € | 6 | 66,67 € | 16,67 € | |
8 | 0 | 333,33 € | 5 | 66,67 € | 16,67 € | |
9 | 0 | 266,67 € | 4 | 66,67 € | 16,67 € | |
9 | Nota de débito | 150,00 € | ||||
10 | 0 | 200,00 € | 3 | 66,67 € | ||
11 | 0 | 133,33 € | 2 | 66,67 € | ||
12 | 0 | 66,67 € | 1 | 66,67 € |
Este valor é lançado na contabilidade em paralelo com a depreciação regular.
Pro Rata
Outra das características do motor de depreciações é o tratamento pro rata da depreciação no 1.º mês, tendo como base o dia de início da depreciação. Isto significa que o sistema conta o n.º de dias que sobram desde o momento em que é colocado ao serviço até ao final do mês, repartindo o n.º de dias do mês.
Um ativo adquirido por 200 € a depreciar em 36 meses, que foi colocado ao serviço a 20 de março, tem o seu plano de depreciação definido da seguinte forma:
Período | Valor Líquido | Vida remanescente | Depreciação |
3 | 200,00 € | 36 | 1,97 € |
4 | 198,03 € | 35 | 5.66 € |
5 | 192,37 € | 34 | 5.66 € |
… |
Imparidades
As imparidades afetam a depreciação a partir do momento em que ocorrem, reduzindo o valor líquido do ativo.
O seguinte exemplo representa um ativo adquirido por 5000 €, que no mês de maio sofre uma imparidade de 1000 €, podemos ver o efeito automático na depreciação desse mês e seguintes:
Período | Imparidades | Valor Liquido | Vida remanescente | Depreciação |
1 | 0 | 5,000.00 € | 60 | 83.33 € |
2 | 0 | 4,916.67 € | 59 | 83.33 € |
3 | 0 | 4,833.34 € | 58 | 83.33 € |
4 | 0 | 4,750.01 € | 57 | 83.33 € |
5 | 1000 | 3,666.68 € | 56 | 65.48 € |
6 | 0 | 3,601.20 € | 55 | 65.48 € |
7 | 0 | 3,535.72 € | 54 | 65.48 € |
8 | 0 | 3,470.24 € | 53 | 65.48 € |
9 | 0 | 3,404.76 € | 52 | 65.48 € |
10 | 0 | 3,339.28 € | 51 | 65.48 € |
11 | 0 | 3,273.80 € | 50 | 65.48 € |
12 | 0 | 3,208.32 € | 49 | 65.48 € |
Ciclo de Lançamento
Na classe do ativo, pode ser definida a periodicidade com que a depreciação vai ser lançada na contabilidade. Este lançamento pode ser efetuado de duas formas:
- Mensal: o registo da depreciação é realizado todos os meses;
- Anual: a depreciação é lançada num só documento, no final do ano.
Assim, e utilizando o primeiro exemplo do artigo, no caso de ter a opção mensal são lançadas 100 € de custo de depreciação mensal. Caso seja anual, são lançados 1200 € no final de cada exercício.
Valor Residual
O valor residual afeta diretamente o valor líquido do ativo. Por exemplo, um ativo adquirido por 6000 €, com valor residual de 400€ e com vida útil de 5 anos, vai ter a seguinte simulação de depreciação:
Período | Valor líquido | Vida remanescente | Depreciação |
1 | 5,600.00 € | 60 | 93.33 € |
2 | 5,506.67 € | 59 | 93.33 € |
3 | 5,413.33 € | 58 | 93.33 € |
4 | 5,320.00 € | 57 | 93.33 € |
5 | 5,226.67 € | 56 | 93.33 € |
6 | 5,133.33 € | 55 | 93.33 € |
7 | 5,040.00 € | 54 | 93.33 € |
Quantidades Adicionais
Como referido anteriormente, as quantidades de um ativo são geridas pela aplicação.
No caso hipotético de existirem duas faturas para o mesmo bem em períodos diferentes, teremos o seguinte cenário: a partir da primeira fatura, o bem começa a depreciar normalmente, mas quando trata a 2.ª fatura, além de incrementar a quantidade, o valor do bem é aumentado. Assim, o cálculo da depreciação é refeito com base no novo valor líquido.